paradoxos de Alice
de Maria Gil
Paradoxos de Alice convida-nos a mergulhar num mundo muito «estranho... estranhosíssimo!» Aqui há: sorrisos sem gato, prateleiras absolutamente vazias e outros objetos impossíveis, há comida e bebida que te faz mudar de tamanho – podes crescer até ficares como um gigante ou diminuíres até à altura de um polegarzinho. Para entrares neste mundo precisas de escolher, cair na toca do coelho ou passares para o outro lado do espelho. Aí encontrarás Alice, que farta de tanta estranheza grita baixinho: - Não mais o alto oposto ao baixo! A direita oposta à esquerda! O grande distinto do pequeno! O passado como contrário ao futuro! Parece que Alice ficou presa no labirinto de verdades com dois sentidos (a verdade pode ter dois sentidos? E só dois?). Alice gesticula-se, abana-se, treme, salta, dança, faz tudo para compreender melhor este mundo muito «estranho... estranhosíssimo!». Será que Alice consegue sair deste labirinto? Qual é o caminho certo? Quais são as palavras mágicas? Será que uma dança pode ajudar?
A partir das obras, As Aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll, um fragmento de Heraclito e alguns textos de Maria Gil.
Alice: Costumam andar por aqui tigres ou leões?
Gato: É só o Rei a ressonar! Anda vê-lo daqui! (...) Ressona de tal maneira que por pouco não lhe salta a cabeça do pescoço
Alice: Tenho medo de que ele se constipe ali a dormir na relva molhada
Gato: Ele está a sonhar. (pausa) E com que é que achas que está ele a sonhar?
Alice: Isso é uma coisa que ninguém pode adivinhar
Gato: Ora, está a sonhar contigo! E para onde é que pensas que ias se ele deixasse de sonhar contigo?
Alice: Ficava onde estou.
Gato: Não ficavas nada! Não ficavas em lado nenhum, porque não passas de um sonho dele! (...) Se aquele Rei ali acordasse tu apagavas-te logo... puf!... que nem uma vela! Alice: Não me apagava nada! Além disso, se eu sou apenas um sonho dele, gostava de saber o que é que tu és? (para o público) O que é que eles são.
Gato: Idem, idem. Aspas, aspas!
Alice: Chiu! Com esse barulho ainda o acordas
Gato: Bem, não merece a pena falares em acordá-lo, se tu és só um sonho dele. Sabes perfeitamente que não és real.
Alice: Sou real, pois! (Começando a chorar)
Gato: Não te tornas mais real por estares a chorar. Não tens razão nenhuma para chorar. Alice: Se eu não fosse real não conseguia chorar (rindo)
Gato: Espero que não estejas convencida de que isso são lágrimas a sério? (...) Gostas de histórias?
Alice: Se não for muito comprida...
FICHA ARTÍSTICA & TÉCNICA
Direção e pontos de partida dramatúrgicos: Maria Gil
Tradução: Margarida Vale de Gato
Apoio à dramaturgia: Dina Mendonça
Interpretação: Leonor Keil e Gonçalo Alegria
Espaço cénico e adereços: Pedro Silva
Figurinos: Miguel Bonneville
Música e som: Gonçalo Alegria
Desenho de luz: Artur Pispalhas
Adaptação/Conceito Vídeo: Gonçalo Alegria
Ilustrações e animações: Beatriz Bagulho
Operação de câmara: António Mendes e João Estrada
Captação de som: Miguel Coelho
Confeção e assistência de figurinos: Marisa Escaleira
Fotografia e registo de vídeo: Joana Linda
Comunicação: Sara Cunha
Produção executiva: Lara Branco
Assistência de produção executiva e apoio técnico: Sabrina Santos
Gestão e Administração: Susana Marinho Lopes
Agradecimentos: Sofia Cabrita, Manuela Gil, Mário Viegas e Teatro do Vestido
Produção: Teatro do Silêncio 2021
Coprodução: CCB/Fábrica das Artes
Apoios
Lua Cheia Teatro Para Todos; Estúdio Osga; Teatromosca; Teatro de Carnide; Carnide Clube; Torre que Brilha, Associação Cultural; Marco Lopes – Show Ventura; República Portuguesa – Cultura/ Património Cultural – Direção-Geral do Património Cultural – Museu Nacional do Traje & Parque Botânico do Monteiro-Mor e Museu Nacional do Teatro e da Dança; Companhia Caótica
O Teatro do Silêncio é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura | Direção Geral das Artes e pela Junta de Freguesia de Carnide.
DATAS
2021
9 Jul às 19h - Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, Lisboa
10, 11 Jul às 11h - Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, Lisboa
3, 4, 5 Nov às 11h - Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, Lisboa
12 Nov às 10h e 14 Nov às 11h - Casa da Cultura de Ílhavo