Bastidores de Antígona parte de uma ideia de escrita para cena, uma escrita do avesso. Em todos os espectáculos há um texto que é invisível ao público, um texto que é dito nos bastidores, pelos actores. Esta proposta pretende fixar esse texto, e colocar o público nos bastidores a ouvi-lo, enquanto em cena se faz Antígona, de Sófocles, na tradução de Maria
Helena da Rocha Pereira. Em 2019-20 realizámos, em parceria com o Teatro Nacional D. Maria II, uma residência de escrita que culminou com a apresentação de um podcast. Trabalharam nesta versão: Gonçalo Alegria, Maria Gil, Miguel Sopas e Tânia Guerreiro. Miguel Bonneville compôs música original para o coro.
Nesta versão, os textos que se ouvem nos bastidores são uma miscelânea, desde comentários dos actores à peça de Sófocles, às personagens, à cena, até meros desabafos, e ainda coisas que se dizem porque se têm de dizer. A informalidade de uma escrita íntima, nos bastidores, contrasta com a formalidade de um texto clássico que o público ouve indistintamente.