DIRECÇÃO ARTÍSTICA
Maria Gil (Lisboa, 1978) Licenciada em Formação de Atores/Encenadores pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa (2003) e mestre em Performances Autobiográficas e Intimidade (MPhil) pelo Departamento de Estudos de Teatro, Cinema e Televisão da Universidade de Glasgow (2009). Frequentou a pós-graduação em Teatro Clássico e sua Recepção, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (2007). Na sua educação não formal, destaca a realização do curso de Encenação para Teatro, com Alexander Kelly, criado pelo Programa de Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian (2007); e a realização de um workshop em Performance, com a companhia de teatro norte americana, Goat Island (2008). Fundadora e diretora artística do Teatro do Silêncio onde cria, coordena e produz vários projetos artísticos, desde espetáculos, performances, caminhadas performativas, visitas guiadas e publicações. No Teatro do Silêncio, destaca, a cocriação, com o artista Miguel Bonneville, da trilogia de palestras performances, O pessoal é político: Medo e Feminismos (2013); Amor e Política (2015) e Religião e Moral (2019); publicada pela Douda Correria, tendo recebido, em conjunto com Miguel Bonneville, o prémio da Rede Ex Aequo por Medo e Feminismos (2015). Em 2018, encontrou por acaso, num leilão online, o livro da jornalista e escritora, Maria Lamas, As Mulheres do Meu País, iniciando uma pesquisa etnográfica e artística sobre o papel das mulheres nas diferentes comunidades ligadas ao mar e às pescas. A partir de conversas cria identidades ficcionais, que apresenta em formato espetáculo: Mulheres em Terra, Homens no Mar (2018) e Avieiras, viagem de Lamas (2022). Em 2023, recebeu uma Bolsa de Criação Artística na área da escrita pelo Governo do Funchal pelo seu projeto, Mulheres do Mar.
Foi professora de teatro no ensino básico e secundário (2002-2012) e desde 2012, trabalha com várias instituições públicas e privadas, concebendo, desenvolvendo, e realizando atividades e estratégias educativas que articulam a imaginação e o pensamento: integrou o projeto 10×10 (2012-2017) e o projeto Operação Stop (2012-2013), iniciativas do Programa Descobrir da Fundação Calouste Gulbenkian. Dirigiu oficinas de arte e filosofia, produzidas pelo Teatro do Silêncio e a Fábrica das Artes do CCB (2013), de onde resultou o livro, “Se não havia nada, como é que surgiu alguma coisa?”. Foi diretora artística do projeto Raízes da Curiosidade (2014), coproduzido pela Fábrica das Artes/CCB e a Fundação Champalimaud, de onde resultou o livro “Raízes da Curiosidade – Tempo de Ciência e Arte”. Integrou o Ciclo Festa de Desaniversário, da Fábrica das Artes/CCB, propondo uma releitura dos clássicos da literatura, Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll (2021). Foi coautora, juntamente com os realizadores Filipa Reis e João Miller Guerra, da série de televisão, Outra Escola, produzida pela Vende-se Filmes para a RTP2 (2019). Integrou, como artista formadora, o projeto LADO P, uma coprodução Teatro do Silêncio e Vende-se Filmes, trabalhando com pessoas em privação de liberdade, cujo resultado foi a série documental, Fechado. É professora no Curso de Teatro da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Vive em Sintra e pratica Chi Kung.
Sobre o seu trabalho: cria espetáculos despojados e fundados na palavra, estabelecendo uma relação direta e próxima com os espetadores; as suas dramaturgias têm como ponto de partida premissas autobiográficas e histórias de pessoas e de lugares, que recolhe, cruza e ficciona, para construir uma poética do quotidiano. Os seus trabalhos evocam a periferia e a margem, mas também pessoas e lugares em desaparecimento. Em alguns dos seus últimos trabalhos relê textos fundamentais da literatura: Antígona de Sófocles e Alice no País das Maravilhas e Alice do Outro Lado do Espelho, de Lewis Carroll.
Miguel Bonneville (Porto, 1985) Miguel Bonneville introduz-nos a histórias autoficcionais, centradas na desconstrução e reconstrução da identidade, através de obras que cruzam múltiplas áreas artísticas. Desde 2003, tem apresentado o seu trabalho nacional e internacionalmente, sobretudo os projectos seriados Family Project, Miguel Bonneville e A Importância de Ser.
Recebeu o Prémio da Rede Ex Aequo (2015) pelos espectáculos Medo e Feminismos, em colaboração com Maria Gil, e A Importância de Ser Simone de Beauvoir.
Estudou Interpretação na Academia Contemporânea do Espectáculo (2000-2003), tendo complementado os seus estudos com os cursos de: Artes Visuais na Fundação Calouste Gulbenkian/Programa Criatividade e Criação Artística (2006), Autobiografias, Histórias de Vida e Vidas de Artista no CIES-ISCTE (2008), Arquivo – Organização e Manutenção no Citeforma (2013), Cyborgs, Sexo e Sociedade na FCSH (2016), e Filosofia e Arte na Mute (2017), entre outros.
Fez parte do núcleo de artistas da produtora de dança contemporânea Eira (2004-2006) e da Galeria 3+1 Arte Contemporânea (2009-2013).
Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian (2011, 2012, 2017) e do Centro Nacional da Cultura – Jovens Criadores (2010).
Publicou os livros Os Diários de C.C. Rausch (Corpos Editora, 2006), Ensaios de Santidade (Sr. Teste, 2021), O Pessoal é Político (Douda Correria, 2021), e ainda os livros de artista Jérôme, Olivier et Moi (Homesession, 2008), Notas de um Primata Suicida (2017), Dissecação de um Cisne (2018), e Lamento do Ciborgue (2021).
Foi artista residente no Sítio das Artes, CAMJAP/Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa, 2007), Homesession (Barcelona, 2008), Mugatxoan/Fundação de Serralves (Porto, 2010), Festival Transeuropa2012 (Hildesheim, 2012), Arts Printing House (Vilnius, 2013), Arte y Desarrollo (Madrid, 2014), e La Box (Bourges, 2018), entre outros.
Lecciona esporadicamente criação de performance autoral em diferentes estruturas nacionais e internacionais.
É director artístico do Teatro do Silêncio.
GESTÃO / ADMINISTRAÇÃO
Susana Martinho Lopes Formação – Mestrado em Educação Social, Licenciatura em Direito, Curso Profissional de Gestão e Produção Cultural do Forum Dança – Associação Cultural.
Desde 2000 trabalhou com diversas estruturas e criadores independentes nas áreas da dança, do teatro e do cinema. De Janeiro de 2002 a Setembro de 2008 integrou a equipa de O Rumo do Fumo, estrutura de criação, produção e difusão cultural, responsável pela produção e difusão nacional e internacional dos coreógrafos Vera Mantero, Miguel Pereira, João Samões, Teresa Prima,Rafael Alvarez, entre outros. No âmbito desta estrutura, foi responsável pelo desenvolvimento e coordenação do projecto, relações institucionais e financiamentos públicos e privados da estrutura, tendo trabalhado com diversas instituições e teatros nacionais e internacionais.
De Outubro de 2008 até Dezembro de 2014 integrou a equipa do TEMPO – Teatro Municipal de Portimão,onde desempenhou as funções de Direcção de Produção e Assistência de Programação. Foi ainda responsável pelo projecto Oficina do Espectador, o serviço educativo do teatro, que tem como objectivo a formação e fidelização de públicos, e o desenvolvimento de projectos de educação e formação pela arte, nomeadamente em contexto escolar.
Em Janeiro de 2015 integrou a equipa da Alkantara – Associação Cultural. Além da Direção de Produção, foi responsável pela produção, difusão nacional e internacional do projeto Sete Anos Sete Peças de Cláudia Dias e pelo desenvolvimento de projetos de Mediação e Desenvolvimento de Públicos, dos quais destaca: Sete Anos Sete Escolas em parceria com a Câmara Municipal de Almada, Escola Secundária António Gedeão e Escola Secundária Francisco Simões com o apoio do programa PARTIS-FCG, e o projeto Bware/Warehouse em parceria com a Escola Artística António. Arroio. Colabora com o Teatro do Silêncio desde Março de 2019.
COMUNICAÇÃO
Sara Cunha (Guimarães, 1982) Licenciada em Comunicação Social, tem vindo a desempenhar funções nas áreas de comunicação e produção cultural desde 2010. Foi, ao longo de quatro anos, responsável pelo gabinete de comunicação da CTL/MUSICBOX, desenhando a estratégia de comunicação online, média e institucional dos vários projectos. Desde janeiro de 2017 que trabalha como freelancer em produção e comunicação, tendo colaborado com projetos como o IndieLisboa, Maus Hábitos, FEST, Aleste, A Porta, Mucho Flow, Cine’Eco Seia, Porto Design Biennale, Curtas de Vila do Conde, Porto/Post/Doc, Tremor e Milhões de Festa. Colaborou também na produção do MIL e da Rádio Silêncio, integrado no festival com o mesmo nome. Tem também a seu cargo a comunicação de bandas nacionais, a assessoria de imprensa das editoras Lovers & Lollypops e Omnichord, do Teatro do Silêncio, assim como de outros projectos na área da performance, da música e do cinema.